A plataforma de streaming do Itaú Cultural apresenta cinco filmes dirigidos por cineastas indígenas, que fazem parte da programação oficial do festival. As produções a serem exibidas revelam os seus rituais, costumes e tradições e dão um panorama da diversidade e riqueza cultural do país
De 24 de agosto a 10 de setembro, entra no catálogo da Itaú Cultural Play a Mostra Cinema Indígena Brasileiro, um recorte de filmes exibidos simultaneamente durante o 34º Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo, voltado para este gênero de produções na América Latina. Na plataforma de streaming, são apresentados curtas-metragens dirigidos por cineastas indígenas de diferentes estados do Brasil.
O acesso para a mostra na IC Play é gratuito e pode ser feito via site www.itauculturalplay.com.br e dispositivos móveis Android e IOS. Os filmes são Mãri hi – A árvore do sonho (SP), Thuë pihi kuuwi – Uma mulher pensando (SP), Yuri u xëatima thë – A pesca com timbó (RO), Nhe’En – Mongarai – Batismo da Alma (PR), Retomar para existir (BA) e Território Pequi (MT),
“Trazer para a IC Play um recorte tão importante como o das produções dirigidas e produzidas por indígenas e de um festival como o Kinoforum, possibilita a democratização de uma cultura fundamental para a nossa história”, diz Andre Furtado, gerente do núcleo de Audiovisual e Produtos Culturais do Itaú Cultural. “Além disso, a exibição de filmes de diferentes estados, afirma a nossa riqueza cultural e da capacidade de criar histórias marcantes”, completa.
Em sinergia entre o cinema e o sonho Yanomami, Mãri hi – A árvore do sonho (SP), curta-metragem dirigido por Morzaniel Ɨramari em 2023, conta a história de um xamã desta nação conduzindo os telespectadores por uma experiência onírica, entre poéticas e ensinamentos próprios dos povos da floresta.
O filme é vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no Festival Internacional de Documentários – É Tudo Verdade. Participou de diversas mostras e festivais voltados ao cinema como o FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás, onde recebeu uma menção honrosa, e no Festival de Documentários de Sheffield, na Inglaterra, e no Festival de Gramado.
O curta-metragem Thuë pihi kuuwi – Uma mulher pensando (SP) é de Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami, Aida Harika Yanomami. Realizado em 2023, tem participação confirmada na próxima edição do Festival de Veneza. Apontado como primeiro filme que tem participação de mulheres desta nação indígena, ele mergulha em um universo mítico ao narrar um ritual xamânico sob a perspectiva indígena. A produção já foi vista em festivais como a Mostra de Tiradentes, Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba e Festival Taguá de Cinema, no Distrito Federal.
Yuri u xëatima thë – A pesca com timbó (RO), realizado pelo mesmo grupo de realizadores, apresenta uma das tradições da comunidade Yanomami, a pesca realizada com o timbó, um cipó usado para atordoar os peixes. A atividade é descrita por dois jovens da comunidade com narrativa etnográfica. Este curta-metragem já foi exibido em festivais como o Cabíria Festival (Cinemateca Brasileira e Spcine Play).
Nhe’En – Mongarai – Batismo da Alma (PR), filme de 2021, do cineasta Guarani Alberto Alvares, mostra a ida do diretor ao oeste do Paraná, para acompanhar o ritual que dá nome à obra, no qual as crianças indígenas recebem seus nomes Guarani. Considerado um dos expoentes do cinema indígena no Brasil, ele aproxima do espectador os processos próprios e inerentes na cultura este povo. Já foi exibido no forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico.
Em Retomar para Existir (BA), de 2015, a jornalista, cineasta e ativista ambiental Olinda Tupinambá relata a história do cacique Nailton Pataxó como líder indígena e sua luta para reconquistar o território do povo Pataxó Hã-hã-hãe. O público é levado a conhecer a trajetória dessa comunidade, de 1982 até hoje. A diretora também foi curadora da 7ª e 8ª edição do Festival de Cinema Indígena Cine Kurumin e coautora do documentário Falas da Terra, especial da TV Globo.
Território Pequi (MT), filme do cineasta e membro da comunidade indígena Kuikuro do Alto do Xingu, Takumã Kuikuro, foi produzido em 2021. Ele retrata a importância cultural e genética de um dos alimentos mais simbólicos do país, o pequi. De uso culinário e ritualístico, a fruta se confunde com a história dos povos indígenas da região. O filme também traz informações a respeito dos sistemas agrícolas amazônicos. Takumã já dirigiu outros filmes, como o documentário As hiper mulheres (2011), ao lado de Leonardo Sette e Carlos Fausto. Também teve obras premiadas em festivais nacionais e internacionais, como o Presence Autochtone de Terres em Vues, em Montréal.
SERVIÇO:
Mostra Cinema Indígena Brasileiro
Em: www.itauculturalplay.com.br
Mãri hi – A árvore do sonho
Direção: Morzaniel Ɨramari
(São Paulo, 2023)
Duração: 17 minutos
Classificação indicativa: livre
Thuë pihi kuuwi – Uma mulher pensando
Direção: Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami, Aida Harika Yanomami
(São Paulo, 2023)
Duração: 9 minutos
Classificação indicativa: livre
Yuri u xëatima thë – A pesca com timbó
Direção: Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami, Aida Harika Yanomami
(Roraima, 2023)
Duração: 10 minutos
Classificação indicativa: livre
Nhe’En – Mongarai – Batismo da Alma
Direção: Alberto Alvares
(Paraná, 2021)
Duração: 15 minutos
Classificação indicativa: livre
Retomar para Existir
Direção: Olinda Tupinambá
(Bahia, 2015)
Duração: 20 minutos
Classificação indicativa: livre
Território Pequi
Direção: Takumã Kuikuro
(Mato Grosso,2021)
Classificação indicativa: maiores de 10 anos (Violência e Nudez)
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(DA REDAÇÃO, com informações da Assessoria)