Moda inspira o Encontros IC Play de novembro e nova mostra de filmes na plataforma de streaming do Itaú Cultural

As programações acontecem em sinergia com a exposição Artistas do vestir: uma costura dos afetos, que entra em cartaz ainda este mês. Na primeira, presencial, as figurinistas Paula Iglecio e Chris Garrido falam sobre a importância do figurino na criação da personalidade e identidade dos personagens, ajudando a contar a história. Na plataforma Itaú Cultural Play são disponibilizadas cinco produções nacionais sobre moda, em uma seleção feita por Carol Barreto e Hanayrá Negreiros, curadoras da exposição. Entre os artistas participantes está a maranhense Silvana Mendes. A curadora Hanayrá Negreiros é paulista, mas filha de família maranhense.

 

O Itaú Cultural realiza, em novembro, duas programações ligando os segmentos da moda e do audiovisual, em sinergia com a exposição Artistas do vestir: uma costura dos afetos, que abre no dia 27 (quarta-feira). Um deles é o Encontros IC Play, que acontece presencialmente no dia 26 (terça-feira), às 19h, com o título O figurino vestindo histórias. No dia seguinte, entra em cartaz na plataforma Itaú Cultural Play a mostra Uma costura dos afetos, com cinco produções nacionais sobre o tema, que ficam disponíveis no catálogo até 2025.

Neste mês, o Encontros IC Play, programação do Itaú Cultural voltada à difusão e ao debate sobre o audiovisual brasileiro, tem a participação das figurinistas Paula Iglecio e Chris Garrido em conversa aberta ao público. No encontro, elas falam sobre o figurino como uma ferramenta usada para construir a personalidade de personagens, fazendo o espectador acessa aspectos da sua subjetividade.

Paula Iglecio atua no setor audiovisual e já trabalhou com diretores como Fernando Meirelles, Juliana Rojas, Anna Muylaert, Viviane Ferreira, Maria Farkas e Carlos Alberto Riccelli. Chris Garrido, por sua vez, é figurinista e mestre em moda, e atua desde 1994 em diferentes segmentos dentro do audiovisual, com figurinos feitos para longas-metragens como Tatuagem (2013) e O Melhor Amigo (2024), o curta O Sertão vai vir ao Mar (2024), e de séries de TV a exemplo de Lama dos Dias 2 (2024).

A mediação do bate-papo é de Cris Rose, figurinista e mestre em moda, com experiência de mais de 20 anos em criação e desenvolvimento de figurinos para TV, cinema e teatro.

Moda no streaming

Na plataforma Itaú Cultural Play www.itauculturalplay.com.br, a moda ganha luz com a mostra Uma costura dos afetos, que reúne uma seleção de filmes sobre o tema, feita pelas curadoras Carol Barreto e Hanayrá Negreiros.

As produções jogam olhares diversos sobre o tema – do que é visto nas passarelas e o fazer manual dos “looks às histórias de vida contadas a partir do vestuário e o posicionamento político a partir da moda.

O documentário A costura do invisível (2005) leva às telas os bastidores do desfile de mesmo nome apresentado no São Paulo Fashion Week de 2004 pelo premiado estilista Jum Nakao, que assina a direção com Kiko Araujo. Inovadora e impactante, a performance virou um marco na história da moda brasileira e mundial, chegando a ser considerada pelo Museu de Moda de Paris como um dos maiores desfiles do século.

O ponto firme, de Laura Artigas (2022) vai além das passarelas e mostra o fazer da moda a partir do Projeto Ponto Firme. Criado em 2015 pelo estilista recifense Gustavo Silvestre, consiste em dar aulas de crochê a homens condenados pela justiça e internos da unidade prisional Adriano Marrey, em Guarulhos, na Grande São Paulo, fazendo-os se desprender dos clichês e se aprofundar em um aprendizado criativo. O filme ganhou menção honrosa no Berlin Indie Film Festival, na Alemanha, e foi exibido na Argentina, Suécia, Estados Unidos e México.

Ainda sobre os bastidores, a mostra traz Estou me guardando para quando o carnaval chegar, de 2019, e premiado no 24º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários do mesmo ano. Dirigido por Marcelo Gomes, trata da expectativa pelo período do Carnaval, único momento de pausa dos trabalhadores da indústria têxtil da cidade de Toritama, no semiárido pernambucano. A localidade é considerada “a capital do jeans”. Nela, são produzidas mais de 20 milhões de peças por ano, em um regime interminável de horas trabalhadas.

O documentário carioca Favela é moda (2019), dirigido por Emílio Domingos, narra a história do ex-porteiro Julio César, morador da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, que criou a agência de modelos Jacaré Moda. Com a proposta de quebrar as barreiras impostas pelo mercado e pelo racismo, ele começou a dar aulas para jovens negros interessados em seguir esse caminho, combinando estilo, valorização da identidade negra, conscientização estética e política e fortalecimento da autoestima.

Por fim, Ôrí, filme de Raquel Gerber (1989), apresenta um panorama histórico, cultural e político dos movimentos negros no Brasil, entre as décadas de 1970 e 1980. O ponto de partida é o olhar e a trajetória da intelectual, historiadora, poeta e militante Beatriz Nascimento (1942-1995), ativista na luta pelos direitos de negros e mulheres, cuja voz e reflexões costuram essa obra levando o espectador para um movimento de reflexão e transformação.

 

SERVIÇO

Encontros IC Play – O figurino vestindo histórias

Dia 26 de novembro (terça-feira), às 19h

Sala Vermelha (Piso 3)

Capacidade: 60 lugares

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita: reservas de ingressos na quarta-feira da semana anterior à apresentação, a partir das 12h, na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

Mostra Uma costura dos afetos

Curadoria de Carol Barreto e Hanayrá Negreiros

Na Itaú Cultural Play www.itauculturalplay.com.br

A partir de 27 de novembro (quarta-feira)

FILMES:

 

Favela é moda

De Emílio Domingos (75 min, Rio de Janeiro, 2019)

Classificação indicativa: Livre

Gênero: documentário

O ponto firme

De Laura Artigas (97 min, São Paulo, 2022)

Classificação indicativa: Livre

Gênero: documentário

A costura do invisível

De Jum Nakao e Kiko Araujo (49 min, São Paulo, 2005)

Classificação indicativa: Livre

Gênero: documentário

Estou me guardando para quando o carnaval chegar

De Marcelo Gomes (86 min, Pernambuco, 2019)

Classificação indicativa: 10 anos [drogas lícitas e linguagem imprópria]

Gênero: documentário

Ôrí
De Raquel Gerber (93 min, São Paulo, 1989)

Classificação indicativa: 10 anos [angústia, linguagem imprópria e consumo de droga lícita]

Gênero: documentário

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô

De terça-feira a sábado, das 11h às 20h.

Domingos e feriados 11h às 19h

Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663

E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

Acesso para pessoas com deficiência física

Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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