CD Rufar dos Tambores terá lançamento neste sábado – Obra é registro de festival de percussão em São Luís


Após duas edições, uma presencial, em 2018 e a segunda em 2020, realizada por meio da Lei Aldir Blanc, o Rufar de Tambores – Festival de percussão de São Luís, registra em Cd, o primeiro volume das músicas apresentadas no festival. O lançamento mundial, será no sábado, 14, com distribuição pela Believe, distribuidora digital francesa, parceira do selo Zabumba Records.

Gravado no estúdio Zabumba Records, em São Luís, o Cd traz uma mostra da diversidade cultural do Maranhão, retratada pelo festival. São quinze faixas, executadas pelos seis grupos presentes na última edição do festival, numa panorâmica da cultura popular do estado. Bumba Meu Boi, Tambor de Crioula, Tambor de Mina, samba maranhense, Divino Espírito Santo, entre outros ritmos, estão presentes nas apresentações potentes dos grupos Toque de Mãos, Divina Batucada, Tambores da Liberdade, (mescla do Boi e Tambor de Mestre Leonardo), Batuque Forte, Afoxé Mina e Terecô de Igaraú. 

O FESTIVAL

Idealizado pelo produtor musical e percussionista Luiz Claudio Farias, o Rufar dos Tambores – Festival de percussão de São Luís nasceu com a missão de propiciar o cenário para a apreciação da diversidade musical genuína do      Maranhão por meio da realização de shows e oficinas. “ O Festival cumpre um importante papel de resgate e valorização das manifestações rítmicas da cultura popular do Maranhão, ao trazer para a cena  da cidade de São Luís, “brincadeiras” que encontram-se em situação de risco de extinção, além de valorizar os músicos percussionistas maranhenses e apresentar a diversidade de instrumentos e ritmos do estado e de colaborar para o acesso permanente de grupos e músicos da cultura popular  ao cenário musical local”. Afirma Luiz Claudio. Garantir a reflexão sobre o universo da música e da diversidade cultural e incorporar grupos autênticos do interior da ilha na grade de apresentação,  mesclando com os grupos da zona urbana, também está na mira do festival.

A primeira edição do Rufar dos Tambores foi realizada no dia 27 de Julho de 2018, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, em modo presencial.  Esta edição do festival homenageou o renomado percussionista maranhense Papete, músico que divulgou os ritmos maranhenses no Brasil e exterior. A segunda edição aconteceu em dezembro de 2020, por meio da Lei Aldir Blanc, já em formato virtual, por conta da pandemia, e teve como homenageado o amo do Boi de Maracanã, Humberto de Maracanã, que deixou um legado importantíssimo para a Cultura Popular do Maranhão. Para a terceira edição de 2021, que deverá ser realizada tambem pela Lei Aldir Blanc, o homenageado será o grande mestre do Tambor de Crioula e Boi de Zabumba da Liberdade, Mestre Leonardo.

OS GRUPOS

TERECÔ DE IGARAÚ

Brincadeira de cordão de voluntários realizada sempre no dia 25 de janeiro, em homenagem à Nossa Senhora de Belém. Faz parte de uma tradição antiga, de mais de 200 anos, em que três tambores são batidos por mulheres do Igaraú, localidade do interior da ilha de São Luís. Na apresentação do Terecô no Festival de Percussão a brincadeira terá a participação de quatro senhoras da comunidade, que estarão cantando e tocando: Maria de Jesus, Maria do Carmo, Lúcia Maria e Romualda Gamboa. Durante algum tempo, a palavra Terecô poderia ter se originado da imitação do som dos tambores da Mata (“terêcô, terêcô, terêcô”), mas recentemente a antropóloga e linguista Yeda Pessoa de Castro esclareceu que sua origem pode ser banto e ter sido derivada de “intelêkô” e ter o mesmo significado que Candomblé.

 

GRUPO PERCUSSIVO TOQUE DE MÃOS

Grupo Percussivo criado a partir da ideia de quatro amigos (Luciano Lima, Henderson Moura, Lucas Elvas e Ricardo Sandoval), com o propósito de evidenciar e difundir a música e cultura nordestina, sobretudo a maranhense. Formado por músicos percussionistas vindos de uma vivência eclética na música como o samba, forró, bem como bloco tradicional, bumba boi, entre outros gêneros genuínos da cultura maranhense. Músicos com vasta experiências musicais, com formação em escola de música, formando em música pela UFMA, alguns com trabalhos realizados com a OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira. Com uma proposta inicial de se fazer um trabalho musical instrumental, tem como formação teclado e a percussão como evidência.

 

BATUQUE FORTE

O grupo mostra ao público as infinitas possibilidades de diálogos rítmicos e melódicos entre as tradições populares maranhenses com a World Music ou World Jazz e trilhas eletrônicas. Idealizado pelo percussionista Luiz, que é  acompanhado pelos músicos Ricardo Sandoval (percussão), Ricardo Passos e Elias Jr, da Oficina dos sons. Batuque Forte apresenta arranjos elaborados ancorados pelos ritmos ancestrais do Maranhão, com texturas harmônicas sofisticadas do violoncelo, contrabaixo e violão e teclados, enfatizando as melodias, no espírito e atmosfera peculiar a cada tema explorado que retratam o sincretismo musical entre o erudito, o religioso e o popular que acontecem nos terreiros, nas igrejas, durante as festas populares do Maranhão.

DIVINA BATUCADA

Fundada no ano de 2005 a DIVINA BATUCADA faz um trabalho de interpretação e composição do samba tradicional do Maranhão. O grupo se inspira nas antigas turmas de samba como os Fuzileiros da Fuzarca, Turma do Quinto e Vira-Latas. Ao longo de sua trajetória o grupo homenageia os baluartes da velha guarda do samba tradicional maranhense cantando canções que marcaram a história dos antigos carnavais.

AFOXÉ MINA

Com uma Formação de quatro percussionistas , O grupo Afoxé Mina procura resgatar as manifestações afro-brasileira sob um enfoque inovador. A proposta do grupo é  fortalecer a cultura afro- brasileira, contribuindo também com a cultura popular do Maranhão. A variedade do repertório privilegia de um lado, os ritmos afro-brasileiros, samba de roda , afoxé, Candomblé ,Bumba meu boi, Tambor de Crioula, tambor de mina, cacuriá , bloco tradicionais, divino espírito santo, tribo de índio entre outras manifestações que fazem parte do nosso repertório musical, dando um passeio musical na cultura com foco na maranhensidade.

 

TAMBORES DA LIBERDADE – ZABUMBA E TAMBOR DE LEONARDO

Grupo de percussão com mestres batuqueiros integrantes do Boi de Zabumba e do Tambor de Crioula de Leonardo do bairro da Liberdade. A escolha do repertório foi feita pelos cabeceiras (compositores) antigos e atuais. Além do batuque do Boi de Zabumba os músicos apresentam um pouco do ritmo do Tambor de Crioula de Mestre Leonardo com seus tambores feitos de tronco do mangue e afinados a fogo. Além da participação de Regina de Leonardo cantando, o show Resistência – Zabumba da Liberdade traz também a participação dos mestres cabeceiras Zió e Carlinhos de Carutapera, colunas de aço do batalhão. Os vocais viscerais dos cantadores são acompanhados pela percussão pulsante de zabumbas, maracás, pandeirinhos e a parelha de Tambor de Crioula, tudo afinado na fogueira. Regina A filha de Leonardo assumiu a direção do Boi da Liberdade há pouco mais de 15 anos. Hoje em dia o batalhão participa de vários eventos em São Luís e fora daqui. “O Boi da Liberdade se confunde com a comunidade, com a história do bairro. As pessoas se preocupam com ele. O Boi era a vida de Leonardo e hoje também é a minha vida. Esse é o sentimento que eu tenho. Eu não me vejo mais fora disso aqui”, afirma emocionada.

FAIXAS

Mãe Guerreira – Afoxé Mina (Autor: Paulinho Akomabu)

Samba verdadeiro – Divina Batucada (Autor: César Peixinho)

Meu manto– Divina Batucada (Autor: Benedito Rosa Guimarães)

Pandeirada– Toque de Mãos (Autor: Ricardo Sandoval)

Instrumental Divino Espírito Santo– Toque de Mãos (Autor: Ricardo Sandoval)

Banzeiro Grande- Toque de Mãos (Autor: Humberto de Maracanã)

Reis da Encantaria– Afoxé Mina (Autor: Humberto de Maracanã)

Batuque Forte- Tambores da Liberdade (Autor: João vieira- Zió)

Baia, Baia, Baia, Baiou– Tambores da Liberdade (Autor: João vieira- Zió)

Couro Panhou- Tambores da Liberdade (Autor: João vieira- Zió)

Meu Canário Xou– Tambores da Liberdade (Autor: João vieira- Zió)

Salve Nossa Senhora de Belém– Terecô de Igaraú (Autora: Branca)

Despedida– Terecô de Igaraú (Autora: Branca)

Tambores de Mina Gege– Batuque Forte (Autor: Luiz Claudio)

Konya- Batuque Forte (Autor: Luiz Claudio)

 

SERVIÇO

 

LANÇAMENTO CD RUFAR DOS TAMBORES- FESTIVAL DE PERCUSSÃO DE SÃO LUÍS- VOL 1

ONDE? Todas as plataformas digitais

QUANDO? 14 de Agosto de 2021

 

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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